Raiva é o sentimento de frustração que sentimos quando nossos desejos não são satisfeitos. É a manifestação da eterna criança que há dentro de nós, esperneando e gritando para ter suas vontades atendidas. Agora... ódio é algo muito diferente disso. Ódio é um sentimento muito maior e mais profundo. Ódio é chumbo derretido que escorre da alma para o coração, onde se solidifica e fica pesando até que a vingança, seja pelas próprias mãos, seja pelo poder institucional ou por obra divina (ou da natureza), se encarregue de removê-lo. O ódio é gerado quando somos submetidos a uma dor imensa, física, moral ou psicológica, que consideramos totalmente injusta, e contra a qual estamos impotentes de nos defender. Exemplos disto? O escravo sob o grilhão do feitor, a vítima subjugada pelo seqüestrador, a criança maltratada pelo adulto que deveria zelar por ela, a mulher que apanha e cala diante do marido agressor, os excluídos perante a sociedade que os marginaliza...etc, etc. Cito aqui um exemplo recente de ódio e de remissão pela vingança. Ocorreu em uma delegacia de São Paulo e foi noticiada nos principais jornais do País. Uma mãe ao perceber que o estuprador de seu filhinho de três anos sairia ileso da acusação apesar de ter sido pego em flagrante, por ser réu primário e menor de idade, saltou sobre o ofensor e com uma faca, que premeditadamente levava na bolsa, cortou-lhe a garganta. Após o que, entregou calmamente os pulsos para serem algemados, dizendo: Este aí não faz com mais ninguém o que fez com o meu bebê.
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