terça-feira, 18 de maio de 2010

Apaixonite mental

Você já sentiu, alguma vez, que você já está totalmente apaixonada, só falta o objeto desta paixão? Me senti muitas vezes assim na minha adolecescência e creditava isto aos hormônios que estariam pregando peças na minha mente. Mas hoje, mulher mais do que madura, pós-menopausa - que é o "dia" após o qual, nós, fêmeas, não mais menstruamos, indicando que os hormônios finalmente se aquietaram em um novo patamar, que nos acompanhará até a morte - estou a me sentir apaixonada novamente - sem um real objeto desta paixão, mas seguindo todo o ritual, escutando músicas de "fossa" (desculpem-me por gírias da década de 70), como Maysa cantando e encantando com "Ouça"... "Ouça, vai viver sua vida com outro bem, pois eu já cansei de pra vc de não ser ninguém"...e por aí vai... Na verdade, não estou vivendo a realidade desta música... não perdi ninguém para um outro amor, aliás, nem tenho um amor, mas sinto esta letra tão viva em mim como se estivesse realmente vivendo esta perda do ser amado... Será que isto é simplesmente loucura de minha parte ou outros também se sentem assim?! À guisa de melhor exemplificar o que estou falando, outro dia coloquei no meu Orkut um verso de uma música do Peninha, que diz: "Saudade até que é bom, pior é andar sozinho..". Um grande amigo se afligiu com esta frase e me procurou para saber como eu estava. Me surpreendi com a atitude dele, num primeiro instante, mas depois percebi que, talvez, preocupante seja eu viver tão intensamente estes sentimentos de uma forma "imaginária e imaginada". Como pontificou Fernando Pessoa: !O poeta é um fingidor/ Finge tão completamente/ Que chega a sentir que é dor/ A dor que deveras sente". Eu entendo tão completamente o que ele quer dizer...só me falta ser poeta!

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