domingo, 1 de outubro de 2006

Eu

Eu estou só.
Não, eu sou só.
Eu sou aquele que me basta.
Eu sou aquele que me sente.
Eu sou aquele que me compreende.
Aquele que sabe que não sou vilão.
Aquele que sabe que choro sozinho,
E que amo, sem saber porque...

Abismo

Entre mim e você há um abismo.
Abismo de incompreensão.
Abismo de insatisfação.
Abismo de desilusão.
Abismo de não se dizer nem não.
Abismo de um Nada.
Um nada maior do que Tudo!

Eu e Você

Eu olho para você e me perco.
Eu olho para mim e te vejo.
Eu anseio por nós!
Eu busco entender e me desespero!
Eu grito sem voz.
Você não me escuta.
Você nem sequer me conhece....

Quem sou eu, quem é você?

Por que me olhas sem nada dizer?
Por que me procuras sem nada querer?
Por que me interrogas sem nada saber?
Por que me ignoras sem me conhecer?
Por que não me queres, se eu só sei te querer?

Eu ainda que tarde

Até os 25anos, estudamos muito e obedecemos nossos pais.
Dos 25 aos 30 anos, nos aperfeiçoamos e construímos nossa família.
Dos 30 aos 40, trabalhamos muito e nos dedicamos a nossa família.

Dos 40 aos 50, continuamos a trabalhar muito e a nos preocupar com nossos filhos adolecentes.
E aos 50 anos, ainda trabalhando muito, nos perguntamos: E agora? Era só isso?!!!

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Da Ciência à Religião

Cientificamente, pela 2ª Lei da Termodinâmica, sabe-se que o sistema mais estável é aquele de menor energia. Com base nisto, podemos afirmar que tudo caminha no sentido de alcançar a condição de menor energia e, portanto, da estabilidade! As cachoeiras, tão lindas e românticas, são um exemplo disto. Nada mais são do que a água buscando uma posição de menor energia, neste caso chamada de "potencial". O oceano, local de menor energia potencial, é o seu destino inexorável. Se aplicarmos este mesmo conceito às sociedades, verificaremos, sem dificuldade, que aquela que for mais justa, com menor tensão (=energia) interna, será a mais estável. O uso da força, em qualquer sociedade, para subjugar os descontentes, aumenta a “energia deste sistema” e, por conseguinte, o desestabiliza. Não há dúvidas quanto a isso! Analisemos alguns casos concretos. A Suíça e os países nórdicos, como a Finlândia, a Noruega e a Suécia, são exemplos do que estamos falando. São sociedades que buscaram atender seus cidadãos com equanimidade de direitos, de liberdade e de oportunidades. Destarte são estáveis e prosperam. Opostamente a isto, vemos os países pobres da América do Sul e Central, os países africanos e do Oriente Médio, bem como a maioria daqueles países criados pela fragmentação da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, cujas diferenças étnico-religiosas e sociais geram conflitos internos, de tal ordem, que os mantém destroçados.
Por mais implausível que pareça, o Mundo, inexoravelmente, tende a melhorar até alcançar a perfeição, onde todos serão respeitados e tratados com justiça. Entretanto, este sistema parece evoluir segundo uma trajetória assintótica, ou seja, tão lenta, que o objetivo final será somente alcançado em um período de tempo Infinito. Em auxílio da Ciência, vem a religião, como a de Cristo, pregando o Amor Fraterno e o respeito ao próximo. Porque a religião nos sinaliza a justiça e a ética. O conhecimento sem justiça e ética é a mente sem coração! A mente sem coração é um deserto frio e inóspito, onde a vida não pode florescer!
A Primeira Epístola de São João é totalmente dedicada ao tema do Amor ao próximo, tal a sua relevância nos ensinamentos de Jesus.
Analisemos pois algumas das mensagens de São João em sua Primeira Epístola:
1Jo 1-: 5 ..."Deus é luz e nele não há treva alguma". 6 "Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade." 7 "Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, ...". Nesta passagem, vemos que Deus é luz! Luz, em linguagem metafórica, é a Sabedoria, o Bem, o que está certo, a Verdade. Portanto, se andamos na luz, somos sábios, praticamos o Bem, a Verdade e estamos em comunhão recíproca (de pensamento, de vida) uns com os outros, de forma a constituir uma verdadeira comunidade universal!
1Jo 2-: 15 "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai." 16 "Porque tudo o que há no mundo - a concuspiscência da carne, a concuspiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo." 17 "O mundo passa com as suas concuspiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente." Aqui, fala-se das "coisas" que desunem os Homens. As "coisas do mundo", como a ganância, a soberba e o apego material, que tanto mal fizeram e continuam fazendo à Humanidade! Só quem está em Deus (=na Sabedoria) permanece eternamente, pois as "riquezas do mundo" são passageiras. O ouro, a prata, o petróleo, os Impérios e as Nações! Nada disso resiste ao tempo!
1Jo2-: 29 "Se sabeis que Ele é justo, sabeis também que todo aquele que pratica a justiça é nascido Dele.". Neste parágrafo se destaca a importância da justiça!
1Jo3-: 10 "...todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão." Aqui se fala explicitamente sob a importância de se ser justo e de se tratar ao ouitro como "irmão".
Estes relatos tão antigos nos mostram uma sabedoria que, com todo avanço de nossa ciência, ainda não conseguimos atingir e seguimos, contrariando até mesmo a ciência, criando conflitos sociais, étnicos e religiosos, aumentando a energia interna de inúmeros subsistemas e desestabilizando o Mundo!

Exatamente, nas coisas mais simples e mais óbvias, está toda a sapiência do Universo! Jesus também nos disse: "Deixem vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus!". Se nós, Homens de boa-vontade, apenas fizermos estas duas coisas, ditas por Jesus, apressaremos a chegada do Mundo Ideal! Comecemos por tratar o próximo como gostaríamos de sermos tratados, respeitando-o como gostaríamos de sermos respeitados e perdoando-o como gostaríamos de sermos perdoados, abrindo mão da ganância, da prepotência e das vaidades, pois como dizia Padre Antônio Vieira: "O que são o ouro e a prata, se não apenas terras de melhor cor?". Se assim agirmos, quebraremos a assíntota, acelerando o processo, e poderemos assistir a chegada da Nova Era. A Era da verdadeira irmandade. Se além disso, cuidarmos das nossas crianças, acolhendo-as, educando-as com amor - para que não cresçam rancorosas; satisfazendo suas necessidades - para que não cresçam revoltadas, tornaremos perene este Mundo Fraterno. E aí, então, finalmente, haverá Paz na Terra e todos nós estaremos vivendo no Reino de Deus.