quarta-feira, 28 de junho de 2006

Da Ciência à Religião

Cientificamente, pela 2ª Lei da Termodinâmica, sabe-se que o sistema mais estável é aquele de menor energia. Com base nisto, podemos afirmar que tudo caminha no sentido de alcançar a condição de menor energia e, portanto, da estabilidade! As cachoeiras, tão lindas e românticas, são um exemplo disto. Nada mais são do que a água buscando uma posição de menor energia, neste caso chamada de "potencial". O oceano, local de menor energia potencial, é o seu destino inexorável. Se aplicarmos este mesmo conceito às sociedades, verificaremos, sem dificuldade, que aquela que for mais justa, com menor tensão (=energia) interna, será a mais estável. O uso da força, em qualquer sociedade, para subjugar os descontentes, aumenta a “energia deste sistema” e, por conseguinte, o desestabiliza. Não há dúvidas quanto a isso! Analisemos alguns casos concretos. A Suíça e os países nórdicos, como a Finlândia, a Noruega e a Suécia, são exemplos do que estamos falando. São sociedades que buscaram atender seus cidadãos com equanimidade de direitos, de liberdade e de oportunidades. Destarte são estáveis e prosperam. Opostamente a isto, vemos os países pobres da América do Sul e Central, os países africanos e do Oriente Médio, bem como a maioria daqueles países criados pela fragmentação da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, cujas diferenças étnico-religiosas e sociais geram conflitos internos, de tal ordem, que os mantém destroçados.
Por mais implausível que pareça, o Mundo, inexoravelmente, tende a melhorar até alcançar a perfeição, onde todos serão respeitados e tratados com justiça. Entretanto, este sistema parece evoluir segundo uma trajetória assintótica, ou seja, tão lenta, que o objetivo final será somente alcançado em um período de tempo Infinito. Em auxílio da Ciência, vem a religião, como a de Cristo, pregando o Amor Fraterno e o respeito ao próximo. Porque a religião nos sinaliza a justiça e a ética. O conhecimento sem justiça e ética é a mente sem coração! A mente sem coração é um deserto frio e inóspito, onde a vida não pode florescer!
A Primeira Epístola de São João é totalmente dedicada ao tema do Amor ao próximo, tal a sua relevância nos ensinamentos de Jesus.
Analisemos pois algumas das mensagens de São João em sua Primeira Epístola:
1Jo 1-: 5 ..."Deus é luz e nele não há treva alguma". 6 "Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade." 7 "Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, ...". Nesta passagem, vemos que Deus é luz! Luz, em linguagem metafórica, é a Sabedoria, o Bem, o que está certo, a Verdade. Portanto, se andamos na luz, somos sábios, praticamos o Bem, a Verdade e estamos em comunhão recíproca (de pensamento, de vida) uns com os outros, de forma a constituir uma verdadeira comunidade universal!
1Jo 2-: 15 "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai." 16 "Porque tudo o que há no mundo - a concuspiscência da carne, a concuspiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo." 17 "O mundo passa com as suas concuspiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente." Aqui, fala-se das "coisas" que desunem os Homens. As "coisas do mundo", como a ganância, a soberba e o apego material, que tanto mal fizeram e continuam fazendo à Humanidade! Só quem está em Deus (=na Sabedoria) permanece eternamente, pois as "riquezas do mundo" são passageiras. O ouro, a prata, o petróleo, os Impérios e as Nações! Nada disso resiste ao tempo!
1Jo2-: 29 "Se sabeis que Ele é justo, sabeis também que todo aquele que pratica a justiça é nascido Dele.". Neste parágrafo se destaca a importância da justiça!
1Jo3-: 10 "...todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão." Aqui se fala explicitamente sob a importância de se ser justo e de se tratar ao ouitro como "irmão".
Estes relatos tão antigos nos mostram uma sabedoria que, com todo avanço de nossa ciência, ainda não conseguimos atingir e seguimos, contrariando até mesmo a ciência, criando conflitos sociais, étnicos e religiosos, aumentando a energia interna de inúmeros subsistemas e desestabilizando o Mundo!

Exatamente, nas coisas mais simples e mais óbvias, está toda a sapiência do Universo! Jesus também nos disse: "Deixem vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus!". Se nós, Homens de boa-vontade, apenas fizermos estas duas coisas, ditas por Jesus, apressaremos a chegada do Mundo Ideal! Comecemos por tratar o próximo como gostaríamos de sermos tratados, respeitando-o como gostaríamos de sermos respeitados e perdoando-o como gostaríamos de sermos perdoados, abrindo mão da ganância, da prepotência e das vaidades, pois como dizia Padre Antônio Vieira: "O que são o ouro e a prata, se não apenas terras de melhor cor?". Se assim agirmos, quebraremos a assíntota, acelerando o processo, e poderemos assistir a chegada da Nova Era. A Era da verdadeira irmandade. Se além disso, cuidarmos das nossas crianças, acolhendo-as, educando-as com amor - para que não cresçam rancorosas; satisfazendo suas necessidades - para que não cresçam revoltadas, tornaremos perene este Mundo Fraterno. E aí, então, finalmente, haverá Paz na Terra e todos nós estaremos vivendo no Reino de Deus.