sexta-feira, 29 de setembro de 2017

A insegurança dos 40 anos

Hoje, passadas duas décadas, consigo analisar, com certa clareza, a insegurança que passamos ao nos aproximar dos 40 anos. Completar 40 anos não é completar mais um ano. É mudar de galáxia; é mudar de dimensão!
Até  os 30, somos jovens, independentemente se temos 30 ou 39 anos. Somos todos contemporâneos, pertencentes às mesmas "tribos" dos 20. Então, chegam os 40 anos como uma badalada de sino de catedral, ou pior, como se o próprio sino caísse em nossa cabeça.
Se recém divorciada ou num relacionamento feliz, inevitavelmente, virá a pergunta: - O que fiz da minha juventude? A sensação do término da juventude nada tem a ver com nossa aparência física. Não importa que as amigas nos digam que continuamos iguaisinhas de quando tínhamos 20 anos. É algo lá dentro de nós que sabe que algo fundamental mudou. Mas a gente não quer acreditar nisso. Começa então a terrível corrida contra o tempo, que já sabemos, só terá um ganhador. Aulas de spinning, musculação, jazz, Pilates, consultas com esteticistas, massagistas,  curandeiros, lipoaspiração e até cirurgia plástica de implantes, de rosto e de corpo. E tudo porquê? Porque não queríamos ter ultrapassado a barreira dos 40. Queríamos ficar nos trinta para sempre. Nosso coração ficou lá e lá permanecerá até chegarmos nos 60. São 20 anos de agonia, lutando para ter a beleza, o amor, a família, o sucesso, enfim, tudo aquilo que parecia estar ao alcance de nossas mãos na época dos 30 anos.
Só aos 60, a gente tem a imparcialidade de ver o que de fato alcançamos e o que fugiu de nossas mãos. Só então percebemos quanta energia colocamos na busca de algo insignificante, deixando passar ao largo, desapercebido, algo que nos era tão fundamental.
Penso que a missão dos 60 é apaziguar o espírito quanto às perdas e enaltecê-lo pelas sementes bem plantadas.
Acho que após os 70, o que fizemos de certo ou de errado causa a mesma indiferença em nós. Voltamos a viver o presente, se conseguimos nos mover, se conseguimos nos alimentar, se vemos o belo céu azul e sentimos a brisa suave que nos toca a face.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Sobre engenheiros e médicos

Os médicos lidam com pessoas e acreditam mais no diagnósticos das máquinas. Os engenheiros lidam com máquinas e acreditam mais no diagnósticos das pessoas.